Em boa parte do mundo, a inflação dos alimentos tem corroído o poder de compra dos consumidores. O último estudo da Organização das Nações Unidas para a Alimentação de Agricultura (FAO), divulgado este mês, mostra que em julho os alimentos tiveram um aumento de preço de 31%, globalmente, em comparação ao mesmo período do ano passado. A retomada econômica da China, que cresceu quase 8% no segundo trimestre, dos Estados Unidos e de outros países vêm representando uma alta na demanda – com isso, os preços sobem.
Os maiores vilões do mês de julho foram o frango e a carne bovina, puxados pelo aumento das importações chinesas de proteínas, e o açúcar. As geadas no Brasil, que afetaram principalmente as lavouras de milho, representam outro fator de preocupação para a escalada de preços no mercado internacional, já que o cereal é um importante composto da ração animal.
Além disso, o tempo seco na América do Norte prejudicou as plantações de trigo e contribuiu para a elevação de 1,8 % na cotação do alimento em julho em relação ao mês anterior, a maior alta desde meados de 2014. Por outro lado, os derivados de leite, incluído manteiga e queijo, registraram uma deflação de 2,8%.
Os óleos vegetais tiveram queda de preço, de 1,4% em julho, em comparação a junho. Os suprimentos de óleo de girassol bateram um recorde de volume como resultado da boa safra deste ano, colaborando para o viés de baixa do setor.