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Inflação cresce 0,53% em junho

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Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,53 por cento em junho, após alta de 0,83 por cento no mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira. É a maior alta para o mês desde 2018, puxada por energia elétrica.

A desaceleração tem relação com uma pressão menor nos preços do atacado, que começa a dar sinais de moderação por conta da queda dos preços das commodities agrícolas, somada à recente desvalorização do dólar. Em 12 meses, porém, o IPCA registra alta de 8,35%. Com o resultado, o indicador permanece acima do teto da meta de inflação estabelecida para o ano. A meta de inflação do Banco Central para 2021 é de 3,75%, podendo variar entre 2,2% e 5,25%.

Dos nove grupos pesquisados, oito tiveram alta em junho. O maior impacto veio do grupo Habitação, que avançou 1,1%, principalmente, por causa da energia elétrica.

Embora tenha desacelerado em relação ao mês anterior (5,37%), a conta de luz teve o maior impacto individual no índice do mês.

— A energia continuou subindo muito por conta da bandeira tarifária vermelha patamar 2, que passou a vigorar em junho — explica o analista da pesquisa, André Filipe Guedes Almeida.

Energia, gasolina e carnes foram responsáveis por 0,17 ponto percentual da alta, ou seja, mais de um terço da variação de 0,53% do IPCA em junho.

As carnes subiram 1,32%, quinto mês consecutivo de aumento. Já a gasolina avançou 0,69%.

Almeida destaca que a alta de junho foi puxada principalmente pela inflação dos preços monitorados. Enquanto o índice geral chegou a 0,53%, o indicador de monitorados ficou em 0,81%.

— O índice de monitorados mais uma vez ficou acima do IPCA geral. Somente a gasolina já acumula alta de 25,56% no ano e já pesa 5,94% no orçamento das famílias. É o item com maior peso no índice e vai ganhando peso no orçamento das famílias a medida que os preços sobem acima da inflação geral — explica o analista da pesquisa.

IPCA deve acelerar entre julho e agosto

No mês passado, a bandeira vermelha representou a cobrança extra de R$ 6,243 por cada 100 quilowatts-hora consumidos. Em julho, essa taxa aumentou para R$ 9,49 e poderá ter novo reajuste em agosto, devido à crise hídrica.

Por isso, apesar de a inflação apontar uma desaceleração tanto em relação ao IPCA-15, prévia da inflação em junho (0,83%), quanto em relação ao IPCA de maio (0,83%), a expectativa dos analistas é que os preços administrados – principalmente, de energia elétrica e combustíveis – pressionem o orçamento das famílias nos próximos meses.

O recente reajuste da Petrobras, que elevou os preços da gasolina, diesel, gás de botijão e gás canalizado, além do reajuste de 52% da bandeira tarifária de energia pela Aneel, devem refletir na inflação entre os meses de julho e agosto, quando os repasses começam a chegar ao consumidor.

Por outro lado, analistas avaliam que a pressão nos preços do atacado deve começa a dar sinais de moderação, já que os preços das commodities agrícolas tem recuado, somada à recente desvalorização do dólar.

Isso significa que os preços de alguns alimentos que também têm cotação no mercado internacional tendem a desacelerar, o que deve resultar em menores altas dos preços ao consumidor nos meses seguintes.

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