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Agronegócio já sente efeitos da crise hídrica na bacia no Paraná

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Os moradores da região bacia do Rio Paraná já sentem o efeito da falta de água. A abundância de água transformou a região –que abrange parte dos territórios de 5 Estados (Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Paraná)– em um importante polo do agronegócio. Nas cercanias da bacia estão, por exemplo, fazendas de gado e cana-de-açúcar. Há ainda uma forte produção piscicultora.

Na semana passada, a ANA (Agência Nacional de Águas e Saneamento) declarou emergência hídrica no local. Segundo reportagem da Folha de S. Paulo, a falta de água já provoca estragos na produção. Produtores ouvidos pela publicação disseram temer que a situação provoque conflitos pelo uso da água.

Se eu tiver que parar de irrigar, perco toda a produção”, falou Edvaldo Costa Mello, proprietário da Fazenda Costa Mello, produtora de cítricos.

De acordo com a ANA, o Brasil usa, em média, 50% da água captada nos rios para irrigação.

Mas não é só com a irrigação que os produtores se preocupam. A crise hídrica também elevou os preços das commodities. Isso aumentou o valor das rações usadas pelos criadores de gado, baseadas em soja e milho.

O custo da ração está altíssimo, e muita gente pode parar de produzir por não ter como investir para deslocar os tanques”, disse Fernando Carmo, assistente agropecuário da Coordenadoria de Desenvolvimento Rural Sustentável da Secretaria de Agricultura de São Paulo.

Breno Esteves Lasmar, presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Paranaíba, afirmou que “[a redução do nível dos rios] vai ter impacto muito grande sobre toda a economia nacional”.

Em 28 de maio, o governo federal emitiu um alerta de emergência hídrica onde estão os principais reservatórios de regularização do país. Em períodos secos, os estoques dessas usinas são otimizados para garantir o fornecimento de energia. Mas a região enfrenta escassez de chuvas.

A ANA montou um grupo técnico para assessoramento da situação da região hidrográfica do Paraná. A criação foi publicada na edição desta 2ª feira do Diário Oficial da UniãoEis a íntegra (62 KB).

Entre os objetivos está o acompanhamento da situação, a identificação de impactos sobre os usos da água na região e a elaboração a acompanhamento de medidas “transitórias de prevenção e mitigação de impactos sobre os usos da água, incluindo condições temporárias para a operação de reservatórios”.

Além da ANA, fazem parte:

  • Instituto Água e Terra do Estado do Paraná;
  • Secretaria de Infraestrutura e Meio Ambiente de São Paulo ou Departamento de Água e Energia Elétrica do Estado de São Paulo;
  • Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais ou Instituto Mineiro de Gestão das Águas;
  • Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul;
  • Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Goiás.

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