Em depoimento à CPI da Covid, nesta terça-feira, 8, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou que não conta com nenhum médico infectologista na equipe direta. Segundo ele, há especialistas na área que atuam como consultores e ajudam na elaboração dos protocolos, mas nenhum servidor da pasta.
“Nós não temos, no Ministério da Saúde, médicos infectologistas”, afirmou Queiroga. Perguntado sobre o assunto pelo relator da CPI, senador Renan Calheiros (MDB-AL), o ministro afirmou que a pasta “tem perdido quadros” ao longo do tempo.
Mesmo sem nomes fixos na área, o ministro afirmou que infectologistas “são ouvidos” pela equipe. Ele citou uma servidora de carreira da Controladoria-Geral da União (CGU) que atua na função de médica infectologista e ajuda a pasta. “O que nós temos são médicos consultores que nos apoiam”, explicou.
“Eles participam. Por exemplo, o doutor Clovis Arns, que é o Presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia, tem atuado juntamente com o professor Carlos Carvalho na elaboração dos protocolos. Há outros colegas que são colaboradores eventuais que eu sempre consulto. Mas há dificuldades”, reconheceu Queiroga.
O ministro concordou com Renan, que afirmou que a falta de infectologistas no ministério é “muito grave”, ainda mais pela necessidade de formulação de políticas públicas em meio à pandemia de covid-19. “Eu concordo com vossa excelência. Nós precisamos reestruturar”, disse Queiroga.
Senadores governistas, no entanto, se manifestaram contra a fala do ministro. Marcos Rogério (DEM-RO) afirmou que há pelo menos sete infectologistas na pasta. Luiz Carlos Heinze (PP-RS) reforçou a fala do colega. “Tem, sim, senhor”, disse. “Então, o ministro está mentindo?”, questionou Renan.