As vendas de varejo caíram 0,6% em março em comparação a fevereiro e aumentaram 2,4% em relação ao mesmo mês de 2020, informou o IBGE nesta sexta-feira, 7. Com o resultado, as vendas registram queda de 0,6% no primeiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado e alta de 0,7% no acumulado de 12 meses.
A variação negativa no mês já era esperada por economistas em decorrência das restrições de mobilidade no país com o recrudescimento da pandemia, porém a queda registrada foi menor do que o esperado. Pesquisa da Reuters sobre as vendas havia previsto um recuo de 7% no mês.
Em fevereiro, as vendas se encontravam 0,3% acima do patamar pré-pandemia. Em março, ficaram 0,3% abaixo dele.
Sete das oito atividades registradas pela Pesquisa Mensal de Comércio (PMC) recuaram em março. O maior impacto negativo no índice foi do setor de móveis e eletrodomésticos, cujas vendas caíram 22%.
Segundo o gerente da pesquisa do IBGE, Cristiano Santos, a queda do setor em comparação a fevereiro foi impactada também por uma alta de vendas no início do ano. “No primeiro momento, o setor teve um crescimento acentuado porque, estando em casa, as pessoas repuseram muita coisa tanto em móveis quanto em eletrodomésticos. Mas passada essa primeira fase, não há crescimentos tão expressivos assim. E, quando as vendas diminuem, o setor costuma fazer promoções. Então houve um aquecimento das vendas em fevereiro e essa queda em março”, afirmou.
Os demais setores que registraram queda foram o de tecidos, vestuário e calçados, que recuou 41,5%, de livros, jornais, revistas e papelaria, com queda de 19,1%, outros artigos de uso pessoal e doméstico, com redução de 5,9%, combustíveis e lubrificantes, com variação negativa de 5,3%, equipamentos e material para escritório, informática e comunicação, com recuo de 4,5%, e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos, com queda de 0,1%.
O único setor que cresceu foi o de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo, com aumento de vendas de 3,3%.
O segundo trimestre começa com possíveis agravantes para o varejo. Além do endurecimento das medidas de combate ao coronavírus que seguiram em vigência em abril, varejistas ainda se veem, no curto prazo, diante dos obstáculos do desemprego elevado e inflação alta. Ainda pesam um pagamento de auxílio emergencial mais baixo que no ano passado e a lentidão no processo de vacinação no Brasil.