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Investidores e analistas divergem sobre existência ou não de super ciclo nas commodities

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Com o mercado de commodities em forte alta, há um debate entre investidores e analistas se os preços vão se sustentar no longo prazo. O Brent subiu 82% desde o fim de outubro, o cobre está no patamar mais elevado desde 2011 e desde 2014 os alimentos não estavam tão caros.

Alguns investidores dizem que estamos no início de um super ciclo, período onde os preços de gado, grãos, metais, gás e petróleo avançam por anos, às vezes décadas. Um período forte nas cotações apresenta uma oportunidade para investidores no longo prazo, como aconteceu nos anos 2000 e início da década de 2010, antes dos preços desabarem em 2014.

Analistas do setor, no entanto, acreditam que as chances desse super ciclo ocorrer são baixas. Eles dizem que o movimento só ocorre quando uma grande economia, como Estados Unidos ou China, passa por um processo de forte industrialização ou urbanização, criando uma demanda por materiais básicos que os estoques atuais não conseguem suprir.

Esse gatilho não está presente neste momento, acreditam. A rápida recuperação na economia global neste e no próximo ano vai sustentar a demanda, mas além disso, o consumo desses insumos, petróleo em particular, deve cair. Após um período de forte valorização, a tendência é as pessoas procurarem alternativas mais baratas, o que acaba arrefecendo os preços.

Economistas falam que muito da alta das commodities está sob o efeito de rali permanente que o mercado está desde o ano passado com a liquidez dos mercados que garantiu alta em praticamente todos os ativos, desde ações, metais preciosos, até o bitcoin.

Para o petróleo, a situação fica ainda mais incerta com a mudança de paradigma do consumo para alternativas de energia limpa. Por enquanto, os preços do mercado ainda são sustentados pela Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) e Rússia, que seguram a produção, e a recuperação na demanda da China e Índia após a pandemia.

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