O que 2020 nos ensinou sobre o home office e o futuro do trabalho
A internet cai, o filho entra no meio da chamada em vídeo com a equipe e a saúde mental balança. A lista de percalços enfrentados pelos brasileiros que trabalham em home office em 2020 vai além desses pontos, mas depois de nove meses de pandemia, já é possível tirar algumas lições sobre a melhor forma para empresas e funcionários trabalharem de qualquer lugar.
Com a pandemia, a barreira cultural que havia em muitas empresas para experimentar o trabalho à distância caiu e as pessoas, em uma semana, foram para a casa. O mundo virou de cabeça para baixo no mês de março.
Entre os desafios que os gestores enfrentam estão a integração de funcionários, o monitoramento da produtividade e os processos de brainstorming e processos criativos. Engajar o funcionário também é um dos desafios.
Na visão de Renato Bolzan, CEO da Invillia, empresa que tem sua equipe trabalhando de forma 100% remota, uma das lições que o home office deixa para as empresas é que a migração para um modelo híbrido ou totalmente remoto não pode ser feito apenas migrando processos que aconteciam de forma presencial.
Para Ricardo Basaglia, diretor-geral da Michael Page, as empresas precisam tomar cuidado para que o trabalho remoto, distribuído, não tenha um efeito contrário do esperado.
“Se você não tomar cuidado, você volta ao modelo de 50 anos atrás, em que as pessoas estavam num modelo isolado, em caixinhas, todos trabalhando nas suas baias. Nos últimos anos surgiu o modelo open office, em que é garantida a troca no escritório”.
Apesar de diversas empresas estarem oferecendo vagas 100% remotas, a perspectiva do tamanho do trabalho remoto para 2021 vai depender do setor e do tipo de função em que o funcionário trabalha.
Em 2020, as empresas perceberam que nem sempre o home office é a solução para tudo e para todos.
Saúde mental
Outro aspecto que ganhou destaque no dia a dia dos profissionais foi a saúde mental. As mortes, o risco de infecção e a crise econômica causada pela pandemia afetam o emocional, mas uma rotina entre quatro paredes também.
Sem barreiras entre o trabalho e a vida pessoal, as pessoas têm trabalhado mais horas, como mostram diversas pesquisas e sentido a falta do contato com os colegas de trabalho.