ACIARA apoia projeto de pesquisa inédito no Tocantins sobre Covid-19
O Professor e Doutor da Universidade Federal do Tocantins, José Carlos Ribeiro Júnior, apresentou à diretoria da Associação Comercial e Industrial de Araguaína (ACIARA), duas propostas do projeto de pesquisa que vão mapear o nível de contaminação da população de Araguaína, pelo novo coronavírus.
A reunião foi realizada nesta quarta-feira, 09, na sede da entidade, com a presidente da ACIARA, Hélida Dantas, o vice-presidente, Denilson Silva, os diretores Manoel Messias, Ulysses Ayres, Elza Rezende e Estevão Nascimento e a gerente Alessandra de Oliveira. Também estavam presentes, a Secretária Municipal de Saúde, Ana Paula Abadia, Superintendente da Vigilância em Saúde, Eduardo Freitas e técnico da Vigilância, Bruno Medrado, além da doutoranda em Medicina Tropical e Saúde Pública da Universidade Federal de Goiás, Monike Oliveira que faz parte da equipe que desenvolveu o projeto.
A primeira proposta é uma análise sorológica de uma população representativa, distribuída em 5 macrorregiões de Araguaína. Neste trabalho será avaliado o nível de contaminação das pessoas que já tiveram a Covid- 19 de forma assintomática. Também será feito um teste sorológico, chamado de ELISA, para pesquisa de anticorpos para o novo coronavírus, que são os anticorpos IgM e IgG, através de sua quantificação.
A outra linha de pesquisa é que os mesmos participantes também cedam amostra para análise molecular, que detecta se o paciente está com o vírus ativo. Haverá uma amostragem de 388 pessoas com testes sorológico e molecular. A previsão é que o estudo seja realizado na segunda quinzena de janeiro. “Nós vamos determinar os reais níveis de infecção tanto da população que já foi exposta ao novo coronavírus, quanto da população que está com a doença ativa. Distribuído de forma proporcional, em todo o município de Araguaína, conforme densidade demográfica de cada uma dessas regiões”, explicou Prof. Dr. José Carlos.
Os dois projetos de pesquisa já foram aprovados pelo CONEP – Conselho Nacional de Ética e Pesquisa Saúde – ligado ao Conselho Nacional de Saúde do Ministério da Saúde (MS). “Essas duas pesquisas pretendem criar dados que correspondem à realidade da população, dos níveis de infecção e, consequentemente, é possível direcionar as estratégias do serviço de Vigilância em Saúde para que ele consiga concentrar suas ações em locais em que a população está de alto risco ou em locais em que a população já tem anticorpos para o novo coronavírus (baixo risco)”, ressaltou o professor.
Um projeto de pesquisa da equipe, inédito no Tocantins, já foi executado e resultados preliminares foram publicados na Revista Internacional – “International Journal of Advanced Engineering Research and Science”. Com a realização desses próximos estudos, Araguaína vai se destacar no cenário nacional e os resultados vão embasar as tomadas de decisão de órgãos de saúde sobre ações que poderão reduzir a disseminação do vírus na população.
O professor da UFT explicou que o método é diferente do criado no início da pandemia. “O teste para validação do novo modelo usou o exame pareado com o RT-PCR em 346 pacientes da Atenção Básica de Araguaína e alcançou eficiência em 95%”, disse José Carlos.
Parceria
A UFT buscou apoio da Aciara para o levantamento de recursos que permitirão a realização do exame sorológico. Em contrapartida, a UFT vai custear o exame do PCR em tempo real. O projeto tem a colaboração da Prefeitura de Araguaína.
Após a apresentação do projeto, a ACIARA confirmou a parceria com a UFT e também vai ajudar a atrair as empresas que queiram apoiar essa pesquisa inovadora. “Esse projeto é importante porque Araguaína está protagonizando muitas ações baseadas em dados e pesquisas sobre a covid-19. Esse estudo feito pela UFT é um passo muito grande dado por esses pesquisadores que estão contribuindo com o combate ao novo coronavírus e norteando as ações dos gestores para o controle dessa doença em nossa cidade. A equipe da UFT está de parabéns e a ACIARA se coloca como parceira para que esse projeto tome corpo e seja executado.
Além de beneficiar nossa cidade, a pesquisa será referência para outros municípios e regiões no controle desse vírus”, enfatizou Hélida Dantas.
O projeto de pesquisa conta com apoio de mestrandos em sanidade animal e saúde pública, graduandos bolsistas de iniciação científica e bolsistas de ações de extensão universitária da UFT.