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Japão lembra 75 anos da bomba atômica em meio à escalada militar

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É em meio a uma triste coincidência que o mundo relembrará a explosão da bomba atômica, último momento da Segunda Guerra Mundial. Após uma explosão que destruiu ontem parte de Beirute, capital do Líbano, o Japão homenageia na noite desta quarta-feira, 5, as vítimas da detonação da bomba atômica em Hiroshima, em data que marca os 75 anos do episódio.

A cerimônia oficial está prevista das 6:50 às 8:15 da manhã da quinta-feira na hora local (18h50 da quarta no Brasil), horário exato da detonação da bomba, que deixou entre 90.000 e 166.000 mortos. Dias depois daquele 6 de agosto de 1945, outra bomba seria detonada em Nagasaki, em 9 de agosto, dando fim à guerra.

Na tarde de terça-feira, 4, no Líbano, muitos associaram o formato da fumaça da explosão ao “cogumelo” das bombas no Japão. Em Beirute, contudo, a explosão não foi atômica e a suspeita é de que um armazém com grande quantidade de nitrato de amônio possa ter provocado o acidente. Por enquanto, a hipótese é de explosão acidental. Ao menos 73 pessoas morreram.

Na cerimônia no Japão, por causa do risco de contágio pela covid-19, a celebração em um memorial pacifista no centro de Hiroshima será fechada a algumas dezenas de convidados. Na lista está o secretário-geral das Nações Unidas, o português António Guterres. O evento será transmitido pela internet, assim como uma série de videoconferências de ativistas contrários à proliferação de armas nucleares.

A lembrança do horror causado pela bomba acontece em meio a uma escalada militar no Japão, que, derrotado na Segunda Guerra, por muito tempo deixou de lado até mesmo boa parte da defesa do próprio território — terceirizada, em grande parte, ao exército dos Estados Unidos.

No início do ano, o governo japonês anunciou a criação de uma unidade militar para lançar satélites de autodefesa, numa evolução de um programa criado em 2018 pelo primeiro-ministro Shinzo Abe. A ideia do programa é destruir canais de comunicação de oponentes.

É uma novidade num país pacifista como o Japão. Por quatro décadas, a Constituição do país, feita em 1947 sob os traumas do pós-Guerra, vedou o uso militar do aparato espacial japonês. A proibição caiu em 2008, mas só está sendo usada agora.

O fato é importante porque o programa espacial do Japão possui o quinto maior orçamento do mundo, com mais de 3 bilhões de dólares, só atrás de Estados Unidos, Rússia, França e da vizinha China. Além disso, os gastos militares estão subindo. O orçamento para 2020 deve bater 5 trilhões de ienes (ou 47 bilhões de dólares), um recorde.

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