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Dor lombar: será que é grave?

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Dor lombar ou lombalgia, conhecida popularmente como “dor nas costas”, refere-se ao desconforto sentido na região lombar inferior e que pode, em alguns casos, irradiar-se para a região das coxas, podendo chegar até os pés. Trata-se de uma condição clínica extremamente comum: estima-se que cerca de 80% das pessoas apresentarão queixa de dor lombar em algum momento da vida.

Tal dor, que é geralmente referida como uma sensação de peso e que tende a piorar ao fim do dia, após a realização de atividades e esforços físicos, pode causar um grande impacto negativo sobre a qualidade de vida e a produtividade dos indivíduos acometidos. Apesar de ser uma queixa comum nos consultórios médicos, em cerca de 75 a 85% dos casos a causa da dor não será identificada e a maior parte dos pacientes apresentarão melhora da queixa utilizando apenas tratamentos conservadores. É importante ressaltar que em apenas uma pequena porcentagem dos casos, a origem da dor lombar estará relacionada a condições mais graves, como câncer ou infeções vertebrais.

Os principais fatores de risco associados ao aparecimento de dor lombar são obesidade, tabagismo, consumo excessivo de álcool, idade maior do que 30 anos, postura inadequada, sedentarismo, trabalho físico exaustivo com esforços do tronco ou carregamento de peso, sobrecarga psicológica, depressão e transtornos de ansiedade. Grande parte dos pacientes com dor lombar por menos de quatro semanas não necessitarão da realização de exames laboratoriais ou de imagem para a correta investigação de seu quadro clínico.

Entretanto, existem sinais de alerta associados à dor lombar, como febre, perda de peso, alterações neurológicas, duração superior a seis semanas, dor no repouso, história prévia de câncer, trauma e idade maior do que 50 anos, que indicarão a necessidade de investigação mais aprofundada, incluindo a realização de exames laboratoriais específicos e exames de imagem, como radiografia ou ressonância magnética da coluna.

A maior parte dos pacientes com dor lombar com duração inferior a quatro semanas e que não possuem sinais de alerta apresentam boa resposta ao tratamento clínico e deverão ser abordados inicialmente apenas com medidas conservadoras. Tais medidas incluem mudanças do estilo de vida (perda de peso, interrupção do tabagismo e do alcoolismo, educação postural, tratamento dos transtornos de humor), terapias não farmacológicas (repouso, fisioterapia, acupuntura, estimulação elétrica transcutânea, etc) e, em alguns casos, terapia farmacológicas (anti-inflamatórios não-esteroidais, relaxantes musculares). Apenas alguns poucos casos de dor lombar necessitarão de abordagem cirúrgica para o tratamento adequado.

Apesar de ser uma queixa comum e sem maior gravidade na grande maioria dos casos, a dor lombar é uma patologia complexa. Por isso, o paciente com dor lombar, principalmente aqueles com algum sinal de alerta, deve procurar avaliação médica o mais rapidamente possível para uma correta investigação do caso e para a indicação do tratamento adequado.

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