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38 empresas pedem a Mourão o fim do desmatamento

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Um grupo empresarial formado por grandes companhias, brasileiras e estrangeiras, está solicitando ao vice-presidente Hamilton Mourão providências para o fim do desmatamento. Em carta, os presidentes de 38 empresas se mostram preocupados com as repercussões negativas das políticas ambientais do governo de Jair Bolsonaro.

“Essa percepção negativa tem um enorme potencial de prejuízo para o Brasil, não apenas do ponto de vista reputacional, mas de forma efetiva para o desenvolvimento de negócios e projetos fundamentais para o país”, afirma a carta.

Assinam o documento empresas de diversos setores, inclusive do agronegócio, como Amaggi, de soja, Marfrig, de proteína animal, e Cosan, do setor sucroalcooleiro. Também estão na lista Klabin e Suzano, de celulose; os bancos Bradesco e Itaú; Ambev; as mineradoras Alcoa e Vale; a petroleira Shell; e as empresas de tecnologia Microsoft, Stefanini e Wework.

O governo brasileiro vem sendo duramente criticado internacionalmente. Há duas semanas, outra carta foi entregue ao governo, assinada por 29 instituições financeiras que gerenciam mais de US$ 3,7 trilhões em ativos. Elas afirmaram que o Brasil precisa frear o desmatamento na Amazônia, sob risco de alimentar “uma incerteza generalizada sobre as condições para investir ou fornecer serviços financeiros ao Brasil”.

Também nesta semana, foi divulgado um estudo da London School of Economics apontando que 34% dos títulos soberanos do Brasil estão expostos ao aumento do desmatamento, ou seja, podem depreciar caso a destruição das florestas siga crescendo.

Diante da pressão, os ministérios do Meio Ambiente, Agricultura, Defesa, Justiça e o Itamaraty se reuniram para levantar dados e, a partir dessas informações, consolidar uma carta de resposta aos investidores. Os empresários que assinaram a carta a Mourão, no entanto, não acreditam que uma campanha publicitária no exterior será suficiente para melhorar a imagem do Brasil em relação ao meio ambiente.

Veja as empresas que assinaram a carta ao vice-presidente Hamilton Mourão

  • Agropalma
  • Alcoa
  • Amaggi
  • Ambev
  • Bayer
  • Bradesco
  • Brasilagro
  • Cargill
  • Cosan
  • DSM
  • Ecolab
  • Eletrobras
  • ERM
  • Grupo Vamos
  • Iguá
  • Itaú
  • Jacto
  • JSL
  • Klabin
  • Marfrig
  • Mauá Capital
  • Michelin
  • Microsoft
  • Movida
  • Natura
  • Rabobank
  • Santander
  • Schneider Electric
  • Shell
  • Siemens
  • Sitawi
  • Suzano
  • Ticket Log
  • Tozzin Freire Advogados
  • Vale
  • Vedacit
  • Wework

Leia a carta na íntegra

Neste momento, em que enfrentamos uma situação extrema, extraordinária e excepcional, é muito importante manter a serenidade e o equilíbrio para que possamos superar e sair fortalecidos dos desafios que se apresentam. Em nenhum momento da história o futuro da humanidade e do planeta dependeu tanto da nossa capacidade de entendimento de que vivemos em um único planeta e de que a nossa sobrevivência está diretamente ligada à preservação e valorização dos seus recursos naturais.

Os impactos sociais e econômicos causados em escala global e de forma inédita pela pandemia da COVID-19 nos advertem que a consumação de riscos associados à quebra do equilíbrio ecossistêmico traz consequências devastadoras quando negligenciados, tal como vem ocorrendo

com o risco climático apontado pelo Fórum Econômico Mundial ano após ano, desde 2012.Cientes disso, o setor empresarial brasileiro, por meio de instituições e empresas dos setores industrial, agrícola e de serviços, vêm hoje reafirmar seu compromisso público com a agenda do desenvolvimento sustentável.

Particularmente, esse grupo acompanha com maior atenção e preocupação o impacto nos negócios da atual percepção negativa da imagem do Brasil no exterior em relação às questões socioambientais na Amazônia. Essa percepção negativa tem um enorme potencial de prejuízo para

o Brasil, não apenas do ponto de vista reputacional, mas de forma efetiva para o desenvolvimento de negócios e projetos fundamentais para o país.Nesse contexto, esse grupo coloca-se à disposição do Conselho da Amazônia para contribuir com soluções que tenham foco nos seguintes eixos:

  • Combate inflexível e abrangente ao desmatamento ilegal na Amazônia e demais biomas brasileiros;
  • Inclusão social e econômica de comunidades locais para garantir a preservação das florestas;
  • Minimização do impacto ambiental no uso dos recursos naturais, buscando eficiência e
  • produtividade nas atividades econômicas daí derivadas;
  • Valorização e preservação da biodiversidade como parte integral das estratégias empresariais;
  • Adoção de mecanismos de negociação de créditos de carbono;
  • Direcionamento de financiamentos e investimentos para uma economia circular e de baixo carbono; e
  • Pacotes de incentivos para a recuperação econômica dos efeitos da pandemia da COVID-19 condicionada a uma economia circular e de baixo carbono.

Algumas das empresas signatárias já desenvolvem soluções de negócios que partem da bioeconomia, com valor agregado e rastreabilidade dos produtos, inclusive, na Amazônia. De um lado, entendemos que é possível dar escala às boas práticas a partir de políticas consistentes de fomento à agenda ambiental, social e de governança. De outro, é necessário adotar rigorosa fiscalização de irregularidades e crimes ambientais na Amazônia e demais biomas brasileiros.

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